“Spotlight”: um filme, uma boa história, um bom jornalismo.
- por Dênnys D'Lima / AD Produções Artísticas
- 27 de fev. de 2016
- 3 min de leitura

Em meu pouquíssimo tempo de experiência profissional e de vida, já ouvi alguns garotos e garotinhas falarem que desejam ser um Jornalista, pelo jeito descolado, do pique da redação na elaboração da pauta e cair em campo para apurar os fatos e na mesma velocidade, publicar a informação obtidas para que o leitor possa adquirir um bom material jornalistico, com um olhar clinico sobre o fatos, feito por profissionais qualificados e de alta credibilidade. Até ai tudo bem. Que sejam mesmo, “o mar não estar pra peixe”. Os tempos do jornalismo esta cada vez mais se modernizando com o avanço e a possibilidade de que hoje em dia, cada um pode ser “jornalista”, através das redes sociais, internet (blogs). Não que não possam disseminar informação, ter uma opinião sobre determinado tema ou assunto. Devem sim, a comunicação/expressão e a liberdade de informação é um direito constituído (Aqui no brasil), graças também as mobilizações para a construção de um projeto de Lei nº 12.965, de 23 de abril de 2014, intitulado: Marco civil da internet. “É a lei que regula o uso da Internet no Brasil, por meio da previsão de princípios, garantias, direitos e deveres para quem usa a rede, bem como da determinação de diretrizes para a atuação do Estado.” Enfim, estou me referindo ao papel, ética, do profissional de Jornalismo, que os garotos e garotas do futuro breve devem saber, ou praticar, que nuca devem esquecer do lado “B” do jornalismo, da crueldade que vive boa parte desses profissionais – raro ver essa prática hoje em dia.
Fazer o espectador sair de sua casa para ir a estreia do filme (do diretor, ator, atriz) preferido e ainda manter a sua atenção pelos próximos 120 minutos sentado numa sala de cinema, é um grande desafio de um cineasta, que hoje em dia, se torna cada vez difícil, pela exigência do próprio espectador em ver seus mestres cinematográficos, surpreenderem. Para quem gosta de assistir, não quer ficar preso a um assunto só… Para os “Cinéfilos”…. Tudo tem que ser rápido, digestivo e não perder o foco do objetivo, para que continuem indo ao cinema.
“Spotlight — Segredos revelados”, estreou no Brasil, o filme tem 128 minutos de duração. Tempo suficiente que o diretor, Tom McCarthy, precisa para contar sua história. Ele é formidável no seu Jeito de Contar sua história, o espectador não ver violência alguma, não tem nenhuma cena que apele para o sexo, sem efeitos especiais, uma saída de continuidade - ou construção narrativa - muito utilizado no cinema. Simplesmente é só um filme com um bom roteiro, sobretudo; tem uma boa história, sobre um bom jornalismo. E ai esta no longa uma beleza do cinema: provocar emoção sem apelos nenhum de recursos corriqueiro do cinema.
O filme, “Spotlight — Segredos revelados”, conta o dia a dia de um grupo de jornalistas da publicação americana “The Boston Globe” durante a apuração de uma reportagem que entraria para a História. O nome do filme é o nome da equipe de quatro repórteres que trabalham em reportagens especiais – investigativas -, dessas que não tem hora nem dia para ficarem prontas. E que história meus caros! Na trama, cabe a equipe “Spotlight” descobrirem se a cúpula da Igreja Católica em Boston, tinha conhecimento dos atos de pedofilia que eram cometidos por alguns padres da cidade, contra crianças de famílias pobres. A cada nova informação, a reportagem vai ficando mais assustadora. Um enredo cheio de denuncias, pressão da alta sociedade, pessoas públicas envolvidas, um escândalo que não pode ir parar na página do jornal – Boston é um estado com o maior número comunidade católica dos EUA.
Paro por aqui, vou deixar você, assitir ao filme, uma das principais apostas para o Oscar 2016. Depois me conte se gostou. Sem sobre de dúvidas o filme de Billy Wilder, tem uma visão clinica do mundo, e do fazer jornalismo nos dias de jornalismo na internet. Pois o filme termina com a publicação da primeira reportagem do “Boston Globe” em papel impresso. O resultado é um bom filme para o cinema, um bom cinema.
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