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Maracatus e Cavalo-Marinho recebem título de Patrimônio Cultural Imaterial

  • Foto do escritor: Jeito de Contar
    Jeito de Contar
  • 4 de dez. de 2014
  • 3 min de leitura

Conselho reconheceu Maracatus Nação e Rural em cerimônia no Iphan. Brincadeira popular Cavalo-Marinho também teve registro aprovado.

Os maracatus Nação e de Baque Solto e a brincadeira popular Cavalo-Marinho receberam o título de Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil. A decisão foi tomada, nesta quarta (3), na 77ª Reunião Deliberativa do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural, realizada no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em Brasília. O registro no livro Formas de Expressão "amplia o trabalho de salvaguarda e fortalece as manifestações pernambucanas", segundo o superintende regional do Iphan no estado, Frederico Almeida."O reconhecimento vai expandir o trabalho de monitoramento dessas expressões. A cada ano, vamos trabalhar para preservá-las", acrescentou Almeida. A cerimônia em Brasília contou com a participação de Fábio Sotero, presidente da Associação de Maracatus Nação de Pernambuco; Manoel Salustiano, representante da Associação de Maracatus de Baque Solto e Mestre Grimário, do Cavalo-Marinho.

Maracatu Nação Pernambuco é uma das expressões pernambucanas reconhecidas (Reprodução/TV Globo

Também conhecido como Maracatu de Baque Virado, com a grande maioria dos grupos concentrada na periferia do Grande Recife, o Maracatu Nação é uma forma de expressão que apresenta um conjunto musical percussivo a um cortejo real, que sai às ruas para desfiles e apresentações durante o carnaval. No cortejo estão personagens que acompanham a corte real, como o séquito do rei e da rainha do Maracatu Nação e outras figuras, entre elas as baianas, os orixás, as calungas - bonecas negras confeccionadas com madeira ou pano - consideradas ícone do fundamento religioso e marco identitário dos maracatus nação.


Já o Maracatu Rural, folguedo também conhecido por maracatu de baque solto, maracatu de orquestra, maracatu de trombone ou maracatu de baque singelo, ocorre durante as comemorações do Carnaval e da Páscoa. É composto por dança, música, poesia e está associado ao ciclo canavieiro, especialmente da Zona da Mata Norte de Pernambuco. A manifestação é revelada em gestos, performances, nos pantins de caboclos e dos arreiamás, na dança das baianas, nas loas dos mestres, nas indumentárias vestidas pelos folgazões. Diferente do Nação, o Maracatu Rural é um resultado da fusão de expressões populares, como cambindas, bumba-meu-boi e cavalo marinho e coroação dos reis negros.

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O Cavalo-Marinho é uma brincadeira popular que envolve performances dramáticas, musicais e coreográficas apresentadas durante o ciclo natalino. Seus brincadores são, em geral, trabalhadores da zona rural, mas também ecoa no Grande Recife e em João Pessoa (PB), além de vários outros territórios do País. Durante a encenação ocorrem danças com personagens mascarados e bichos, como o boi e o cavalo, que dá nome à brincadeira. Contém ainda louvação ao Divino santo Rei do Oriente e possui momentos em que há culto à Jurema Sagrada. O Cavalo-Marinho se realiza num terreiro de chão plano e, geralmente, no ar livre e reúne, ainda um grande número de elementos artístico-culturais e sócio-históricos, como mestres e os elementos da vivência do trabalho rural.

O Inventário Nacional de Referências Culturais (INRC) de cada um1111111a dessas manifestações foi entregue ao Iphan em 13 de agosto de 2013. O Conselho que aprovou registro de título de Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil é formado por especialistas de diversas áreas, como cultura, turismo, arquitetura e arqueologia.

Grupos de Cavalo-Marinho reúnem elementos da vivência do trabalho rural (Foto: Divulgação/Ana Lira)

Ao todo, são 23 conselheiros que representam instituições como o Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB), o Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (Icomos), a Sociedade de Arqueologia Brasileira (SAB), o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o Ministério da Educação, o Ministério das Cidades, o Ministério do Turismo, o Instituto Brasileiro dos Museus (Ibram), a Associação Brasileira de Antropologia (ABA) e mais 13 representantes da sociedade civil, com conhecimento nos campos de atuação do Iphan.


Fotos: Ana Lira, Luka Santos e TV Globo

Texto: Portal G1 (reprodução)

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